02
set

Crianças em serviço!

Em Amsterdã, existe um café onde garçons, chefs, baristas, caixas e mesmo lavadores de louça são crianças. O Kinderkookkafe é uma iniciativa sem fins lucrativos, cujo objetivo é ensinar crianças de 5 até 12 anos como gerenciar um restaurante em todos os níveis. Com supervisão de alguns adultos, os pequenos aprendem a cozinhar, servir mesas, limpar, e até mesmo fazer drinks – sem álcool, é claro.

Apesar de inovador, o espaço já funciona há 30 anos e é um tipo de “creche” onde famílias podem deixar as crianças para passar o dia. As crianças são voluntárias, até para evitar acusações de trabalho infantil, mas os clientes pagam de verdade. No menu, é possível encontrar pratos que as crianças gostam de cozinhar, como pizzas ou doces. Depois de pronta, as crianças podem comer a comida preparada, e inclusive convidar seus pais.

As crianças também ajudam a plantar e cultivar parte dos ingredientes utilizados na produção dos alimentos, frutas, verduras e hortaliças, e assim já crescem com a consciência da importância dos alimentos orgânicos – algo que já é totalmente difundido na Holanda.

Ótima forma de ocupar o tempo dos pequenos com uma atividade divertida, que com certeza vai inspirar essas crianças com relação aos seus trabalhos futuros (mesmo que eles nada tenham a ver com alimentação). Quando for à Amsterdam, que tal passar lá para provar a comida dos pequenos?

Fonte: Hypeness

01
set

Música para recém-nascidos

Contrariando quem acha besteira colocar música para os bebês ouvirem, já é comprovado que eles são sensíveis à harmonia das notas musicais e, já nos primeiros dias de vida, são capazes de reconhecer as mudanças de tom e as dissonâncias. Nos adultos, para processar o timbre, a melodia e a harmonia, bem como a estrutura e o significado das sequências musicais, são convocados os sistemas neuronais específicos, em especial os do hemisfério direito. No entanto, o que os cientistas ainda não sabiam era se a especialização desses sistemas resultava da exposição à música ao longo da vida ou se já estava presente na nossa própria estrutura neurobiológica, desde o nascimento. Para abordar esta questão, passou-se a examinar como funcionam esses sistemas quando a experiência auditiva ainda é mínima, no bebê.

Num estudo publicado na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences” (PNAS), investigadores da Universidade Vita-Salute del San Raffaele de Milão, Itália, usaram imagens de ressonância magnética para medir a atividade cerebral de 18 recém-nascidos enquanto ouviam música. Todos os bebês tinham entre um e três dias de vida e foram colocados para ouvir trechos de música tonal (baseada nos graus de uma mesma escala musical) e versões alteradas dos mesmos trechos. A primeira era uma peça para piano, a segunda consistia na mesma peça, mas com algumas notas um tom acima, e a terceira era totalmente dissonante.

Ao verificarem as partes do cérebro ativadas durante o processamento da informação musical, os cientistas observaram que, em todos os bebês, o hemisfério direito no córtex auditivo primário foi ativado, as mesmas zonas que são ativadas durante a apresentação de trechos de músicas para adultos. Mas ainda mais curioso foi o fato de os bebês apresentarem uma resposta diferente à observada nos adultos, quando expostos a trechos musicais dissonantes: a ativação do hemisfério direito ficava mais tênue, enquanto uma zona do hemisfério esquerdo (córtex frontal inferior esquerdo) era ativada.

Perante os resultados, os pesquisadores não têm dúvidas ao afirmar que o cérebro do recém-nascido apresenta já uma especialização hemisférica no processamento da música mesmo nas primeiras horas de vida. O resultado deste estudo vem ao encontro do que o musicólogo e pesquisador norte-americano Edwin Gordon tem dito ao longo das últimas três décadas: que a música deve ser ensinada aos bebês desde os primeiros dias.

O estudioso aconselha pais e professores a começar cantando pequenos fragmentos musicais. Mas e as famosas canções de ninar, que todos os pais gostam de cantar aos seus filhos? Edwin Gordon afirma que devemos começar com canções menos elaboradas. Assim como uma mãe não começa lendo Shakespeare aos seus filhos e sim contos curtos, os quais sejam possíveis de entender, a linguagem é um processo evolutivo, feito à medida que a criança vai crescendo. O mesmo ocorre com a música.

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