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dez

Dizer não para educar

“Sabe qual é a maneira mais certa de deixar seu filho infeliz? Acostumá-lo a receber tudo.” O pensamento foi escrito pelo filósofo Jean-Jacques Rousseau, no livro “Emílio ou Da Educação“, em 1762. E não é que continua valendo hoje? Segundo Rousseau, se você der tudo a uma criança, seus desejos só farão crescer devido à facilidade em satisfazê-los e ela terá de lidar então com sua própria ansiedade, com sua tirania e com a decepção de os pais, em algum momento, pararem de atendê-lo, já que satisfazer tudo é impossível. “São sentimentos muito mais difíceis de administrar para uma criança, e que causam mais dor do que simplesmente ter um desejo negado”, diz Rousseau.

Ajudar os filhos a lidar com as frustrações e orientá-los sobre o que é razoável ou não os torna mais seguros e flexíveis. As crianças precisam aprender que suas atitudes têm consequências e que elas não podem fazer tudo o que quiserem.

Cada idade tem seus “nãos”. Uma criança de 3 anos pede “nãos” e consequências mais contundentes e imediatas que uma criança de 6 ou 7 anos, que já consegue negociar e já não faz tanto uso da birra. Já o adolescente precisa de “nãos” e consequências muito claras, pré-combinadas e justas.

Seu filho pequeno não precisa ter tantas escolhas, isso é angustiante para uma criança. Não faça muitas perguntas ou deixe muitas decisões para ele tomar, isso desorienta. Alguém de 2 anos não deve decidir o que vai vestir, por exemplo. A criança vai escolher a roupa mais nova ou uma fantasia ou a de determinada cor, sem levar em conta o tempo, o frio que faz, aonde vai. Essa não é uma decisão para uma criança. A tomada de decisões deve ser ampliada de acordo com a autonomia e a maturidade da criança.

Fonte: Revista Educar para Crescer

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