20
fev

Mapeando brincadeiras

Na era dos videogames com sensores de movimento, as crianças ainda brincam de bolinha de gude, soltam pipa com rabiola feita com papel de bala, pulam amarelinha e elástico. Em muitas regiões do país, as brincadeiras tradicionais continuam bastante vivas. E para mapeá-las e difundi-las, todos os cantos do Brasil estão sendo percorridos para dar vida ao projeto Territórios do Brincar, iniciativa que pretende escutar, trocar saberes e registrar a cultura infantil brasileira.

A educadora Renata Meirelles e o documentarista David Reeks são os responsáveis pelo projeto que iniciou em abril de 2012 e vai até dezembro de 2013, quando a dupla terá percorrido sete regiões diferentes. Após a viagem, a jornada vai se tornar um filme, um livro e uma série para a TV, além de exposições, cursos e palestras. A iniciativa é apoiada pelo Instituto Alana, ONG que desenvolve projetos voltados à infância.

De acordo com Renata, a maior preocupação do projeto é traduzir o brincar para o universo da educação. Segundo ela, o que se percebe é que as escolas, de uma forma geral, não aproveitam do que já é das crianças. Muitas vezes, elas não se atêm à forma como as crianças apreendem as coisas, como lidam com os seus fazeres e brincadeiras. Isso ainda é desconhecido no universo da educação. Os professores precisam, então, traduzir as relações que estão por trás das brincadeiras e entender o potencial humano que o brincar tem e como as crianças podem criar essa linguagem para si como forma de aprendizado também.

É possível acompanhar a jornada do casal através do site do projeto, com atualizações quase em tempo real com fotos, textos, vídeos e áudios.