18
fev

A fase das mordidas

Seu filho é o “mordedor” da escola ou da família? Calma, a situação, por mais chata (e dolorosa) que seja, é normal. Apesar de acharmos o ato agressivo, não é somente a raiva que leva uma criança a morder alguém. Ela, que por volta de 1 até os 3 anos, não se comunica ainda muito bem com as palavras, opta por usar uma linguagem mais corporal. Adicionando a impulsividade presente nesta fase, muitas vezes, morder, bater, puxar cabelos são as formas mais rápidas para a criança conseguir se expressar, interagir ou até ganhar o deseja.


O papel dos adultos sempre será o de mediador e orientador. Seja em casa ou na escola, a criança deve ser ensinada a traduzir essa atitude corporal para linguagem, a expor em palavras o que sente ou quer. Pode-se perguntar por que mordeu o seu colega e colocar em frases o que ela poderia ter dito: “É a boneca que você quer? Vamos pedir a boneca emprestada ao colega?” Também é importante explicar que aquilo machuca e que faz o amigo chorar, despertando o sentimento de solidariedade e respeito ao próximo. Aos poucos, o pequeno começará a refrear seu impulso de morder ou atacar, pois se lembrará que isso trará dor e será ruim tanto para ele quanto para o amigo. Esse processo pode ser demorado, mas deve ser constante, para que a criança não crie hábitos violentos como formas de chamar a atenção e de expressão.

Se o seu bebê é o mordido, a história é outra. Sem jamais incentivar que ele revide a mordida com outro ato violento, você deve orientá-lo a mostrar ao seu “amigo-nhac-nhac” que isso machuca e que ele não gosta disso. Sempre solicitando a supervisão da escola, que deve estar presente nessas situações, apoiando ambas as partes.

Mesmo sendo uma fase comum, especialistas alertam que apesar de, na maioria das vezes, a mordida fazer parte do desenvolvimento natural da criança, em alguns casos, este comportamento pode sinalizar um problema de ordem emocional. Se estas mordidas passam a ser frequentes, a criança pode estar insatisfeita, ansiosa, com sentimento de rejeição ou tentar chamar a atenção através da agressividade. Quando isso acontece, a família e a escola precisam acompanhar de perto e com atenção para descobrir as possíveis causas e, dependendo do caso, é importante buscar a ajuda de um psicólogo.