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mar

Gagueira infantil

Lá está ele, o seu pequeno, que vem correndo lhe contar o que aconteceu e se enrola todo na hora de falar. E depois se repetem os tropeços com as palavras e falta de clareza na fala. Fique atento, pois pode ser um caso de gagueira infantil.

O problema chega a atingir 2% da população mundial, principalmente crianças com idades de 2 a 6 anos. Também é três vezes mais frequente em meninos. A boa notícia é que há um alto índice de recuperação em casos em que o tratamento foi iniciado antes que as repetições e as complicações na fala completassem um ano.

Uma das características da gagueira é a oscilação: ela não se apresenta em todas as ocasiões e sua intensidade varia. E, ao contrário do que muita gente pensa, a gagueira não é uma questão emocional. Ela é uma deficiência neurológica que resulta em dificuldade para controlar a parte motora da fala.


Ainda não foi descoberta uma causa específica para o seu desenvolvimento, porém foram identificados alguns fatores que podem desencadeá-la, como: histórico familiar (hereditariedade), dificuldades na hora do parto, contato com produtos tóxicos e infecções não tratadas de forma adequada. Insegurança ou timidez não são consideradas causas de gagueira, mas consequências decorrentes dela.

Outro mito comum sobre o assunto é a ideia do “espera que passa”. O tratamento deve ser iniciado ainda na idade pré-escolar, pois apesar da gagueira não afetar o desempenho intelectual da criança, ela pode desmotivar o pequeno na escola, caso os professores não saibam lidar com a dificuldade, além de se tornar um obstáculo à socialização.

Para sanar ou amenizar o problema o quanto antes, orienta-se que os pais procurem um fonoaudiólogo ou psicólogo ao perceber os primeiros sinais de problemas na fala do filho, para uma avaliação correta e precisa. Caso o diagnóstico seja de um quadro de gagueira, é importante que os pais entendam o problema e criem um ambiente favorável para o desenvolvimento da criança, como: não se afobar, cobrar demais para que a criança fale corretamente, não a corrigir o tempo todo e, se necessário, exercícios para trabalhar a fala.

Os pais serão orientados a falar mais devagar e a construir frases mais simples quando conversarem com o filho. A família precisa aprender a escutar, evitando, por exemplo, que todos falem juntos. Mas sempre usando do bom senso porque, se todos ficarem em silêncio só aguardando, a criança com gagueira vai se intimidar e se retrair. A paciência e sensibilidade são importantes para deixar a criança mais tranquila e facilitar que ela volte a se expressar normalmente!