14
out

Menos presentes, mais presença

Passado o Dia das Crianças, fica a reflexão: será que as crianças precisam mesmo de tantos presentes em datas comemorativas? Ou a presença dos pais é muito mais valiosa para os pequenos? Um artigo no Jornal do Cidadão aborda o assunto e diz: a vida profissional dos pais, apesar de suas elevadas exigências, pode muito bem ser ajustada a uma vida familiar e equilibrada. Mas significa, sim, algumas concessões. Mesmo cansados, podemos ir além para cumprir o papel de pai ou mãe. A escritora e psicóloga Rosely Sayão é enfática: “O mundo mudou muito e as crianças, também. Só uma coisa não mudou: elas continuam a necessitar da presença cuidadora, reguladora, protetora e atenciosa dos adultos.”

O que observamos atualmente é que a dedicação excessiva ao trabalho muitas vezes está relacionada ao desejo de satisfazer as vontades do filho. Dar presentes a eles é bom e obviamente eles gostam. Mas ter mais tempo para a convivência traz muito mais alegria, com ganhos afetivos, sociais e cognitivos. Melhora o rendimento escolar, a autoestima e a autoconfiança para a vida adulta.

Por isso que tal se os pais, em datas festivas, como aniversário, Dia das Criança e Natal, não oferecem presentes? Em troca dedicam uma tarde ou um dia inteiramente ao filho. São horas de muita interação: brincar num parque ou chácara, jogar bola, subir em árvores, pedalar, nadar, andar a cavalo, empinar pipa, dar banho no cãozinho, ler e contar histórias, cantar e ouvir música, assoviar, assistir a um filme, cozinhar, lavar os pratos e talheres, dialogar sobre os amigos e a escola. E não menos importante: pai e/ou mãe manifestam num belo cartão seu afeto e as principais qualidades e virtudes do filho, para o seu autoconhecimento. E se os pais propusessem aos filhos fazerem o mesmo?

O acima exposto é uma alternativa saudável à Geração dos Shoppings. Via de regra, muito dinheiro gasto, pouco diálogo, muita fila e “muvuca” e todos voltam para casa mais estressados. Este até pode, sim, ser um programa prazeroso, desde que feito com parcimônia, até porque não podemos criar filhos alheios aos costumes modernos.

Fonte: Jornal do Cidadão.

Fotos: Movimento milc – Infância livre do consumismo.