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mães que trabalham

Para a grande maioria das mães, passar o dia inteiro fora de casa, trabalhando, é motivo de culpa. De acordo com pesquisa realizada pela revista Crescer, no ano passado, 72% das mulheres sofrem com isso e gostariam de poder dedicar mais tempo aos filhos. Mas, ao contrário do que pensam, essa distância é benéfica para todos, principalmente quando esse sentimento é deixado de lado.

“Existe uma fantasia materna de que os filhos querem que elas estejam 100% do tempo disponível, isso é uma ilusão. É importante que as crianças se sintam seguras, que saibam que a mãe vai voltar. A ausência e o reencontro promovem o crescimento”, diz Cecília Russo Troiano, psicóloga, autora do livro Vida de Equilibrista, Dores e Delícias da Mãe que Trabalha (Editora Pensamento Cultrix).

Além de promover o crescimento, maior estabilidade financeira e fortaler o vínculo, o trabalho em tempo integral também faz bem à saúde das mães. Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada pela Universidade de Akron, nos Estados Unidos. Cecília concorda com o resultado da pesquisa: “Quando a mulher está bem resolvida, em paz com sua escolha de trabalhar fora, ela se sente mais plena, realizada. E esse estado emocional leva a uma vida mais saudável do ponto de vista psicossomático”, uma ciência que leva em consideração tanto aspectos piscológicos quanto biológicos. “Uma mãe que não é privada de suas potencialidades atinge um bem-estar que transcende o caráter emocional”, completa.

Para estabelecer essa conexão entre tempo de trabalho e saúde física e mental, os pesquisadores analisaram dados de 2.540 mulheres que se tornaram mães entre os anos de 1978 e 1995. Elas foram analisadas quando estavam na casa dos 40 anos e divididas em diferentes grupos: o das que trabalham em tempo integral, o das que o fazem em meio período, o das desempregadas e o das donas de casa. O primeiro levou vantagem em relação aos outros por ter melhores salários, mais chances de promoção na carreira, maior mobilidade, mais energia, menos depressão, entre outros pontos.


O grupo que mais chamou atenção dos pesquisadores é o das mulheres constantemente desempregadas. Elas demonstraram ser as menos saudáveis mental e fisicamente por culpa dos altos e baixos na carreira. “Em momentos de instabilidade, insegurança, a mulher acaba ficando mais estressada, abalada, isso é prejudicial”, diz Cecília, que acredita que a independência financeira aumenta a sensação de capacidade e faz com que a mulher se sinta mais valorizada dentro e fora de casa. O convívio social também é um importante fator de bem-estar. “O ser humano é sociável por natureza. Quando a mulher se isola, ela está abrindo mão de alguma coisa, deixando de viver plenamente”, acrescenta.

Fonte: Crescer | Imagens: Internet