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nov

Tecnologia saudável

Estamos diante da primeira geração de crianças totalmente inserida em uma cultura onde a comunicação com os amigos, o aprendizado sobre o mundo e, particularmente, a brincadeira passam quase obrigatoriamente pela tecnologia, incluindo os DVDs, computadores, televisão, videogames, celulares, etc.

Para a surpresa dos pais, que algumas vezes condenam os impactos que a tecnologia tem sobre seus filhos, diversas pesquisas recentes indicam que computadores, alguns videogames, determinados programas de televisão e filmes podem ensinar a raciocinar através de um novo tipo de aprendizado, diferente do tradicional, exercitando a lógica, a dedução, a seleção e o processamento de informações.

Porém, as mesmas pesquisas não omitem: inúmeros malefícios podem advir do uso exagerado da tecnologia, por deflagrar processos de dependência que representam importantes entraves ao desenvolvimento infantil em seus aspectos físico, emocional e social.

Se os benefícios do “brincar eletrônico” contemporâneo contemplam aqueles que o utilizam com moderação, como alcançar tal equilíbrio? É imprescindível, neste contexto, que os pais, no ambiente doméstico, deixem de encarar a televisão ou computador como babás eletrônicas com as quais podem tranquilamente deixar seus filhos, se despreocupando deles por horas a fio, e passem a exercitar os limites saudáveis ao uso destes dispositivos.

Por fim, igualmente imprescindível é a conscientização dos pais da necessidade de ocuparem um papel de mediadores de atividades lúdicas infantis como leituras, jogos e brincadeiras tradicionais, não deixando apenas a cargo das crianças as iniciarem espontaneamente, pois tendem a ser preteridas pelos lazeres tecnológicos. Desta forma, as crianças poderão ser alcançadas pelos benefícios não apenas do brincar contemporâneo, mas também do tradicional, o que contribuirá para que atinjam um desenvolvimento pleno.

Quando a criança está entretida com seus joguinhos eletrônicos, ela não quer saber o que acontece ao seu redor, sendo indiferente aos assuntos de casa. Uma cena comum em recreio de colégios nos tempos atuais é a de várias crianças em silêncio, sentadas uma ao lado da outra, sem qualquer interação, mexendo rapidamente os dedos diante de pequenas telas. Uma criança que não desenvolve a relação interpessoal pode se tornar um indivíduo inseguro e despreparado para enfrentar pressões, provocações e situações adversas.

Fonte: Guia do bebê